sexta-feira, 15 de outubro de 2010
O LAMENTO DE DEUS...
O bosque está tingido com as cores do Outono.
O riacho passa apressado, em direcção ao seu destino, murmurando mistérios, enquanto faz correr as suas águas.
Para além do burburinho dessas águas, ouve-se o silêncio. E este silêncio é o que mais me fascina em Oseira.
O Mosteiro continua mágico. A luz emurchecida deste fim de tarde empresta uma certa melancolia a estas velhas pedras, já tão gastas pelo tempo.
E a guerra, lá longe, parece acontecer noutro planeta.
Entre a harmonia de Oseira e o caos do Afeganistão, todo um mundo se agita no medo.
Espero que Bin Laden seja péssimo em Geografia, e ignore que, algures, nas montanhas da Galiza, existe um bosque e um riacho, e junto a eles um Mosteiro, onde Deus (ou o Alá dele) se refugia, sofrido com o desvario das suas criaturas, criadas para serem perfeitas e usufruírem do Bem, do Bom e do Belo.
Sinto que o murmúrio do riacho é o lamento de Deus.
Oseira,26 de Outubro de 2001
Isabel A. Ferreira
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