Blog da Associação Portuguesa de Cister (Apoc)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

FUGAZ ENCONTRO...

Como era da regra, os mosteiros cistercienses deviam ser erigidos em lugares ermos, onde corresse um rio ou um riacho. O Mosteiro Cisterciense de Oseira encontra-se entre montanhas, bosques e campos verdes. Tudo ao seu redor é harmonioso e belo. Como neste recanto, junto ao riacho, propício a encontros fugazes com Deus.




O Sol da manhã projectava sombras fugidias entre o arvoredo.
As águas do riacho cantavam baixinho, não fossem despertar o silêncio.
Era cedo ainda.

Entretanto, Deus, que por ali se enternecia com a beleza serena da Natureza que criara, entreteve-se a pintar naquelas águas límpidas, onde o céu de um azul resplandecente se mirava, a folhagem que vestia as centenárias árvores, de um verde inebriante.

E o pequeno riacho encheu-se então de cor e de formas, transformando-se numa efémera obra de arte, que o meu olhar tornou eterna.

Eu também andava por ali, embevecida com a paisagem. Senti o suspiro de Deus, quando a folhagem se agitou levemente. Movia-me com cuidado, para não perturbar o fascínio da manhã.

Olhei então as águas do riacho, e nelas contemplei, por breves momentos, aquele quadro impressionista, pintado (sabia-o eu) pelas mãos invisíveis do mais talentoso entre os demais talentosos pintores.

Eu não vi Deus com os meus olhos mortais, quando me passeava por entre o arvoredo, grandioso e belo… Captei simplesmente a Sua presença, ali, entre toda aquela beleza, que homem algum jamais poderá igualar, com a minha alma que sei imortal, e tento manter liberta, para que possa desfrutar destes, ainda que fugazes, encontros com que Deus me recompensa do tormento que é viver numa selva de pedra.

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