Blog da Associação Portuguesa de Cister (Apoc)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

EXÓRDIO DE CISTER (III)



Ao fim de algum tempo, sucedeu que o Abade Roberto, a pedido dos monges de Molesmes, a mando do Papa Urbano II e com a autorização e consentimento do Bispo Galtério de Chalon, teve de regressar a Molesmes, ficando no seu lugar Alberico, varão piedoso e santo. A fim de conservar a paz entre ambas as comunidades decidiu-se, com a confirmação da autoridade apostólica, que a partir de então nenhuma delas recebesse no seu seio nenhum monge da outra sem uma carta de recomendação. Feito isto, em pouco tempo, graças ao cuidado e destreza do novo Padre, e com a inestimável cooperação de Deus, o novo Mosteiro progrediu em santidade de vida. Resplandeceu através da sua boa fama, cresceu nos bens necessários.

Porém, o homem de Deus, Alberico, ao décimo ano, alcançou o prémio da suprema vocação, atrás da qual havia corrido, e não em vão, durante nove anos. Sucedeu-lhe Dom Estêvão, de nacionalidade inglesa, que amava com grande ardor e buscava com fidelíssimo zelo a vida religiosa, a pobreza e a disciplina da Regra.
No seu tempo, concretizou-se verdadeiramente aquilo que está escrito: «Os olhos do Senhor olham os justos e os seus ouvidos ouvem as suas orações». Porque aquele reduzido rebanho, só lamentava ser pequeno, e os pobres de Cristo só temiam isto, e na verdade temiam-no quase até ao desespero: não poder deixar herdeiros da sua pobreza. Pois os homens que se aproximavam, se bem honravam a sua santidade de vida, horrorizavam-se perante a sua austeridade, de modo que, os mesmos que se acercavam, enlevados, afastavam-se no momento de a porem em prática.

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